1.
Os media e a sexualidade
adolescente
«A sexualidade é uma construção histórica
e cultural e por isso é preciso
entendê-la como algo muito mais complexo
do que a reprodução humana ou o ato sexual, pois ela envolve sentimentos,
desejos, relacionamento entre pessoas»
“MANIFESTAÇÕES DA SEXUALIDADE NO
COMPORTAMENTO DOS
ADOLESCENTES E A INFLUÊNCIA DA MÍDIA”
GOMES, Ana Paula M. J.
Neste subtema, considerámos importante
analisar a influência exterior dos media na
vida sexual dos adolescentes, assim como as causas desta influência e os seus
impactos, positivos ou negativos.
Nos dias de hoje, assistimos cada vez mais a
uma banalização do sexo devido à maneira como este é retratado nos meios de
comunicação, que têm tido uma crescente importância na vida dos adolescentes, e
a uma desvalorização da opinião dos pais e da educação nas escolas.
É durante a adolescência que começa um
verdadeiro “despertar sexual”. Cada indivíduo, a ritmos diferentes, começa a
sofrer transformações físicas e mentais que o remetem para o desejo, e
posterior início, da sexualidade. Dito isto, os jovens começam a refletir sobre
si mesmos e a seguir modelos que estejam presentes na sua vida, modelos estes
que se encontram muitas vezes na televisão e outros meios de comunicação. No
entanto, isto pode ter consequências negativas visto que tentam imitar algo que
não é suscetível de imitação, uma vez que os modelos escolhidos não são pessoas
reais com vidas reais.
Sendo
que a televisão é o principal órgão informador, este adquire um grande poder na
opinião e formação dos jovens. O sexo é utilizado por este meio de comunicação
como um fator de entretenimento e de marketing, devido à ideia de que “o sexo
vende”. Infelizmente, acaba por “deseducar” os jovens pela maneiro como omite e
deturpa aspetos da sexualidade, acabando por passar a ideia de que é algo
simples, fácil e sem importância e generalizando a ideia de que não é planeado,
toda a gente o faz (sem usar contraceção), e não tem consequências reais.
Infelizmente, pertencemos à geração que começa a vida sexual cada vez mais cedo
e que acha que “sexo é só sexo”.
Fazendo
uma análise mais aprofundada, é fácil chegar à conclusão de que aquilo que é
frequentemente transmitido na televisão é irreal e enganador. Este meio
raramente contempla questões como a gravidez adolescente e as doenças
sexualmente transmissíveis (DST), e quando de facto contempla estas questões,
apresenta-as com um risco muito reduzido de acontecerem, e sem a devida
gravidade.
Este
excesso de informação enganadora é o principal responsável pelas mudanças que
se têm vindo a operar na sexualidade ao longo das últimas décadas. No passado,
a sexualidade era tabu, hoje em dia,
está excessivamente banalizada, sendo vista como algo normal que não terá
qualquer impacto na vida do jovem. Assim, a iniciação e continuação da vida
sexual acontece cada vez mais cedo, não existindo muitas vezes a devida informação,
o que pode levar a arrependimentos e a mudanças psicológicas.
Noutra
vertente, dá também origem à criação de estereótipos sexuais e de género.
Desenvolveu-se a ideia de que os homens têm um papel dominante, enquanto que as
mulheres devem ser mais submissas, “delicadas” e dependentes. Isto leva a
disparidades na vida dos jovens; as raparigas acabam por ter menos liberdade
para expressar a sua sexualidade, enquanto os rapazes recebem frequentemente
incentivos para tal. Isto atua na sociedade reforçando o sexismo através de
heróis cinematográficos como James Bond que, depois de uma série de proezas,
tem um grande sucesso junto ao sexo feminino, que foi “seduzido”, revelando-se
sempre presente sem, no entanto, desempenhar um papel de maior relevância.
Uma vez
tiradas estas conclusões, é necessário chegar ao cerne da questão e perceber o
porquê desta influência. Se a televisão tem um papel tão importante, é porque
esta veio desempenhar um papel na vida dos adolescentes que estava disponível.
Isto sucede devido à dificuldade que os pais e professores têm em conversar com
os seus filhos e alunos acerca deste tema.
Esta
dificuldade vem do facto de estes adultos pertencerem a uma geração diferente
que foi educada numa sociedade na qual a sexualidade era um tabu, e, assim, se nem eles tiveram
facilidade em lidar com este tema durante a sua adolescência, torna-se difícil
que o façam durante a dos seus filhos ou alunos.
É
essencial que a família e a escola retomem o seu lugar principal como
educadores e modelos a seguir num tema tão importante como a sexualidade, para
melhor educar e consciencializar os jovens de hoje, atuando como uma oposição à
influência dos meios de comunicação social.
muuuuuito bom o artigo , Parabéns , me ajudou bastante no meu trabalho de biologia, cujo tema é "A influêcia da mídia no despertar da sexualidade dos adolescentes. " , pude tirar bastantes idéias.
ResponderEliminarbem interessante e informa bastante pra quem tem duvidas a isso!
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