quinta-feira, 10 de maio de 2012

Os Meios de Comunicação Social


1.  Os media e a sexualidade adolescente



«A sexualidade é uma construção histórica e cultural e por isso é preciso

entendê-la como algo muito mais complexo do que a reprodução humana ou o ato sexual, pois ela envolve sentimentos, desejos, relacionamento entre pessoas»

“MANIFESTAÇÕES DA SEXUALIDADE NO COMPORTAMENTO DOS

ADOLESCENTES E A INFLUÊNCIA DA MÍDIA”

GOMES, Ana Paula M. J.



Neste subtema, considerámos importante analisar a influência exterior dos media na vida sexual dos adolescentes, assim como as causas desta influência e os seus impactos, positivos ou negativos.

Nos dias de hoje, assistimos cada vez mais a uma banalização do sexo devido à maneira como este é retratado nos meios de comunicação, que têm tido uma crescente importância na vida dos adolescentes, e a uma desvalorização da opinião dos pais e da educação nas escolas.

É durante a adolescência que começa um verdadeiro “despertar sexual”. Cada indivíduo, a ritmos diferentes, começa a sofrer transformações físicas e mentais que o remetem para o desejo, e posterior início, da sexualidade. Dito isto, os jovens começam a refletir sobre si mesmos e a seguir modelos que estejam presentes na sua vida, modelos estes que se encontram muitas vezes na televisão e outros meios de comunicação. No entanto, isto pode ter consequências negativas visto que tentam imitar algo que não é suscetível de imitação, uma vez que os modelos escolhidos não são pessoas reais com vidas reais.

            Sendo que a televisão é o principal órgão informador, este adquire um grande poder na opinião e formação dos jovens. O sexo é utilizado por este meio de comunicação como um fator de entretenimento e de marketing, devido à ideia de que “o sexo vende”. Infelizmente, acaba por “deseducar” os jovens pela maneiro como omite e deturpa aspetos da sexualidade, acabando por passar a ideia de que é algo simples, fácil e sem importância e generalizando a ideia de que não é planeado, toda a gente o faz (sem usar contraceção), e não tem consequências reais. Infelizmente, pertencemos à geração que começa a vida sexual cada vez mais cedo e que acha que “sexo é só sexo”.

            Fazendo uma análise mais aprofundada, é fácil chegar à conclusão de que aquilo que é frequentemente transmitido na televisão é irreal e enganador. Este meio raramente contempla questões como a gravidez adolescente e as doenças sexualmente transmissíveis (DST), e quando de facto contempla estas questões, apresenta-as com um risco muito reduzido de acontecerem, e sem a devida gravidade.

            Este excesso de informação enganadora é o principal responsável pelas mudanças que se têm vindo a operar na sexualidade ao longo das últimas décadas. No passado, a sexualidade era tabu, hoje em dia, está excessivamente banalizada, sendo vista como algo normal que não terá qualquer impacto na vida do jovem. Assim, a iniciação e continuação da vida sexual acontece cada vez mais cedo, não existindo muitas vezes a devida informação, o que pode levar a arrependimentos e a mudanças psicológicas.

            Noutra vertente, dá também origem à criação de estereótipos sexuais e de género. Desenvolveu-se a ideia de que os homens têm um papel dominante, enquanto que as mulheres devem ser mais submissas, “delicadas” e dependentes. Isto leva a disparidades na vida dos jovens; as raparigas acabam por ter menos liberdade para expressar a sua sexualidade, enquanto os rapazes recebem frequentemente incentivos para tal. Isto atua na sociedade reforçando o sexismo através de heróis cinematográficos como James Bond que, depois de uma série de proezas, tem um grande sucesso junto ao sexo feminino, que foi “seduzido”, revelando-se sempre presente sem, no entanto, desempenhar um papel de maior relevância.

            Uma vez tiradas estas conclusões, é necessário chegar ao cerne da questão e perceber o porquê desta influência. Se a televisão tem um papel tão importante, é porque esta veio desempenhar um papel na vida dos adolescentes que estava disponível. Isto sucede devido à dificuldade que os pais e professores têm em conversar com os seus filhos e alunos acerca deste tema.

            Esta dificuldade vem do facto de estes adultos pertencerem a uma geração diferente que foi educada numa sociedade na qual a sexualidade era um tabu, e, assim, se nem eles tiveram facilidade em lidar com este tema durante a sua adolescência, torna-se difícil que o façam durante a dos seus filhos ou alunos.

            É essencial que a família e a escola retomem o seu lugar principal como educadores e modelos a seguir num tema tão importante como a sexualidade, para melhor educar e consciencializar os jovens de hoje, atuando como uma oposição à influência dos meios de comunicação social.

2 comentários:

  1. muuuuuito bom o artigo , Parabéns , me ajudou bastante no meu trabalho de biologia, cujo tema é "A influêcia da mídia no despertar da sexualidade dos adolescentes. " , pude tirar bastantes idéias.

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  2. bem interessante e informa bastante pra quem tem duvidas a isso!

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